Dando uma volta por esses dias com a amiga/amor, refletindo
sobre a situação da Região do Lagos, as escolhas políticas e amplitude das
políticas públicas, ela pontuou que numa região como essa, as secretarias que
deveriam funcionar a todo vapor são a de turismo e da cultura.
Bom, em Cabo Frio, pelo menos, são duas secretarias pífias,
com investimentos ridículos e com amplitude zero ou praticamente isso. Uma
reflexão que nos aponta para um entendimento do que nossa região potencialmente
é e do que realmente é.
As pessoas se sentem atraídas a virem para cá, fato. Os
feriados são movimentados, com trânsito lento, de carros e pessoas. Elas andam
pra baixo e pra cima, talvez em busca de um atrativo qualquer que não existe.
Se formos analisar os equipamentos culturais existentes e
seu funcionamento, a vergonha nos assola, só por conta de dois lugares: O
Teatro Municipal e a Biblioteca. Impressionante o descaso com equipamentos
fundamentais para circulação de ideias, produções artísticas e intelectuais.
Investir em turismo e cultura numa região como essa deveria
ser um item essencial e obrigatório no Plano Diretor. Um turismo e cultura
integrado com um sistema educacional que formasse pessoas para atuarem na
cidade, com uma lógica de geração de renda e valorização de uma Cabo Frio
histórica.
Um teatro tinindo, uma biblioteca pública com acervos
preservados e acessíveis, festivais de música e de gastronomia, mas não de
picanha, pois temos uma colônia de pescadores residente e resistente.
Entender a importância da Passagem e do Forte São Matheus, a
Semana Teixeira e Sousa se tornando uma feira literária e artística com foco
nas artes negras e com alcance internacional. Ocupar as praças com atividades
de artistas locais, com os fins de semana tendo movimento da Praça Porto Rocha
a Praça do Tangará.
Ah, tantas ideias, tantos caminhos, tantas proposições
pautadas na nossa realidade que poderiam ser testadas, implementadas, levadas em
consideração. Nada acontece e presenciamos diariamente a decadência a regional,
refletida em nossos prédios decaídos e outras coisas que serão apontadas em
outros textos.
Enfim, vamos priorizar as prioridades?
* Fábio Emecê é Mc, Ativista Anti-Racista, Escritor, Professor e escreve neste Blog às terças-feiras.
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