
Ou não, como já dizia o poeta. E
o importante sobre a ruptura é entender quem somos, como nos locomovemos e qual
é o nosso território. Pra quem não me conhece, sou ativista anti - racista e cultural um tempo. Também sou
professor e a ruptura sempre me permeia.
A ruptura me recorta por estar
sempre em situações que a proposta de mudança entra em cena. Combater o racismo
e seus tentáculos, propor ou produzir algum elemento cultural capaz de
contemplar um número significativo de pessoas no território, fazer um conteúdo
pedagógico ter sentido além de uma aplicação linear e utilitária. Nossa, é
pesado.
O peso está em romper com as
estruturas clássicas, a lógica de poder, a tentativa de te invisibilizar e a
não legitimidade do seu lugar de fala. É uma luta constante e diária para
tentar mostrar ou provar que outro meio é necessário.
E outro meio é dar voz a aqueles
que nunca tiveram voz, é dar condições de produção seja ela manual ou
intelectual a pessoas que sempre disseram que não poderiam ser além de meros
empregados daqueles que não querem a estrutura clássica mudando.
O território atual é Cabo Frio,
vozes precisam ser ouvidas. Pessoas precisam de condições materiais para
mostrar que elas são capazes de pensar e atuar no território de maneira diferente
do que sempre pensaram para eles durante muito tempo na História.
Novos protagonistas, é o que
precisamos. E coragem e sensibilidade para romper. Enquanto deixarem eu falar,
escrever, cantar, estarei por aí, tentando mobilizar quem me ouvir para romper
com aquilo que os engessa. Cabo Frio está engessada. Precisamos de movimento.
Vamos nessa?
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