Se antes escutávamos em alto e bom som o ecoar da música chiclete de campanha, hoje, a mesma já silenciada reflete uma tardia, porém necessária realidade.
Aquele mesmo povo que compactuou com a peça alegórica, hoje atônito e desesperado, decepcionado e calejado, clama por socorro e exige a mudança de papel, de figurante a protagonista da história.
As músicas hoje são outras.
As marchinhas e o jingles chicletes deram lugar a músicas fúnebres, cortejos de enterros - de sonhos, projetos e esperança - ou aquelas melosas canções nostálgicas de quem prova viver de passado - e deseja ser enterrado lá -, tornando-se incapaz e inaudível ao coro das ruas e comunidades.
O bradar da vaidade impõe isso.
O gritar da prepotência expõe isso.
Fazem da crise seu esteio para os maiores descalabros, usam da miséria e desigualdade social para a sustentação de seu plano "eterno" de poder, confiam na ignorância de um povo que já provara ter amadurecido e não estar apenas "deitado em berço esplêndido".
Hoje, temos um povo cansado do câncer da corrupção, de discursos inflamados de ódio e vingança, de briguinhas de fachadas ou cenas "encenadas" pateticamente, bem como da fabricada terceirização da culpa, quando todos entendem o cerne do problema da cidade.
Hoje, temos um povo desejoso por mudanças, ansiando transformação e ciente do seu poder para executar, ainda neste ano, tamanha ruptura contra o atraso, o revanchismo, o coronelismo, as perseguições e as práticas assistencialistas em anos eleitoreiros.
Hoje, e apenas hoje vivemos uma nova realidade e amanhã teremos o prazer em experimentá-la.
*Juarez escreve neste Blog todas as quartas-feiras.
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