Nesta
semana, enquanto o Brasil ainda respirava os ares da prisão de um Senador e
enquanto começávamos a entender o clima de impeachment no Executivo e de cassação
no Legislativo, que se abateu sobre nossos noticiários, eis que a região dos
lagos, nas cidades de Arraial do Cabo e Cabo Frio, é tomada pela notícia de uma
série de mandados de prisão contra cidadãos do meio político, acusados de conluio
em forte esquema de desvio e lavagem de dinheiro público ou oriundo do tráfico
de drogas.
O
que todos esses fatos têm em comum? O sistema da delação premiada. Seja ele
oficializado ou não, o fato é que vivemos um momento ímpar. Se ladrão que rouba
ladrão tem um século de perdão, de acordo com o adágio popular, é fato que a
quebra do sistema de auto-proteção entre os que praticam delitos tem sido a
tônica deste contexto que atravessamos. Como um castelo inteiro que começa a
ruir após a retirada de um tijolo, a síndrome do rabo preso é substituída pelo
ordálio do denuncismo mútuo. É o filho do delator que grava e entrega o
Senador. É o partido da presidenta denunciada que vota pela cassação do
deputado chantagista e evasor de divisas que a denunciou. É através do
traficante preso que se chega às cabeças de seu grande esquema de corrupção.
Nós,
que esperávamos cavaleiros puros contra o crime, vemos uma situação na qual não
há heróis, mas apenas vilões, maiores ou menores, entregando-se uns aos outros,
a fim de tentarem se salvar.
Aqui, em Cabo Frio, esperamos sinceramente a total abertura e
divulgação dos crimes e conseqüências dos danos causados, especialmente, ao
erário; ao processo político-eleitoral; e ao bem-estar da qualidade de vida da
população. Não podemos ser complacentes, sob o risco de sermos cúmplices, com
os que, comprovadamente culpados após o devido processo legal e julgamento, se associam ao crime organizado em busca de vitórias eleitorais ou
enriquecimentos ilícitos, aprofundando o processo de violência, perseguição,
insegurança e corrupção que assolam nossa cidade. Que os Federais sejam
bem-vindos. Tem pelo menos uns onze endereços sugestivos para serem visitados
pelos senhores. Concluídos os trabalhos por aqui, por que não uma visita a
Angra dos Reis ou a Portugal? Nossa corrupção cabofriense já é tipo exportação
– por isso, acreditamos que nossa indignação tem de ser tipo renovação.
2 comentários:
Em Cabo Frio não e nada diferente, com uma simples diferença, a grana aqui é muito maior, existe um grande mistério, que nada é investigado pelo todo poderoso MP, o que há por trás de tudo isso?
O MP DE Cabo Frio a única coisa que sabe fazer e recomendação das safadezas, como devem agirem corretamente e pedir explicações, correto é mandar o prefeito e toda sua corja de incompetentes para ponte que caiu, ou cadeias para todos eles.
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