Na edição de quinta-feira do Jornal Folha dos Lagos, o jornalista
Rodrigo Branco publicou um ótimo texto – sucinto, objetivo, direto e claro,
manifestando uma posição bastante interessante: a proposta de uma “nova
política” deve ser, simplesmente, ensinar ao povo e fazer o que deve ser feito.
Este é o caso do Poder Legislativo em Cabo Frio. Boa parte
dos vereadores não sabe suas funções e procedimentos, o que percebemos em
pequenos episódios, como um nesta semana, na qual um Edil local apresentou
projeto de lei que gerava nova despesa para o município – o que não é permitido
por lei.
Por outro lado, a população também não sabe as funções
oficiais do vereador, exatamente porque não há interesse que se saiba. Nas
escolas, universidades, na imprensa e em outros meios, esse é um assunto que não
interessa ser tratado. No processo educativo, nossos jovens concluem cursos, do
Fundamental à Graduação, sem saber o que é um Requerimento, um Projeto de Lei,
uma Ação Civil Pública, o Sistema de Freios e Contrapesos e os Princípios
Constitucionais que resguardam seus direitos. Diante de situações de injustiça,
assim, nossa juventude não sabe como, nem a quem recorrer. E para os poderes
constituídos, parece estar bom mesmo assim.
Nesse sentido, as propostas de uma “Nova Política”, tão em
voga nas última eleições, acabaram se apresentando como decepções, enganações
ou discursos vazios, por um motivo muito simples: não se põe remendo novo em
roupa velha. Uma “Nova Política” só dará certo, enquanto proposta concreta, se
defender, simplesmente, o cumprimento da lei; o jeito certo de fazer as coisas.
Inovar, a essa altura do campeonato político brasileiro, não é inventar a roda,
mas sim fazer o que deveria ser feito, mas não é.
No caso do
Legislativo, o normal, o certo, o simples, é fiscalizar as contas públicas; trabalhar com transparência e
cobrar isso do Executivo; denunciar as mazelas da sociedade e as injustiças
contra o cidadão ao Poder Judiciário; fazer a ponte entre o povo e o poder
público; e, finalmente, fazer propostas de melhorias para a cidade em todos os
âmbitos permitidos legalmente. Pronto: temos aí uma nova política, porque o
nosso presente anda tão abaixo do normal, que fazer a obrigação, hoje, passa a ser
inovar.
Bom dia!
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