A
resistência dos educadores diante de governos municipais autoritários, que
arrocham o servidor e deseducam a educação, tem sido uma dolorosa, mas grata
realidade na nossa região. Se, por um lado, a situação traz a negatividade do
prejuízo financeiro, moral e, por vezes, físico ao profissional da educação,
por outro lado, enche de esperanças e estímulos aqueles que acreditam na luta e
na mobilização popular como remédio sagaz e imediato para frear autoritarismos
e egocentrismos governativos, em gestões descoladas de suas reais obrigações:
atender as necessidades da população.
O
caso recente da greve da educação em Arraial do Cabo denota bem essa situação.
O prefeito, que se encontra em seriíssimos problemas eleitorais, cassado pelo
TRE-RJ, adotou uma postura ofensiva em relação ao movimento dos profissionais
da educação, que reivindicam melhores condições de trabalho. Segundo relatos
dos próprios sindicalistas da cidade, há contracheques zerados ou com altos
descontos pelo segundo mês consecutivo, em retaliação à greve, que nos parece legítima,
justa e legal. Ou seja: até que se prove o contrário, quem está agindo na
ilegalidade é o governo cabista, ao descontar o servidor por sua atitude
permitida em lei.
Na quarta-feira, foi negada pelo mesmo governante a estrutura então prometida ao
encontro estadual de estudantes das escolas técnicas, organizado pela UBES e
pela UEE no município, sob o argumento de que o evento poderia servir como
palco para as reivindicações dos profissionais da educação. Quando um governo
começa a deixar de fazer pelo povo por medo da oposição, em geral, é porque a
oposição tem razão. Uma gestão que coloca sua própria população em segundo
plano merece, sempre, ser enfrentada e criticada.
Na semana passada, depois de muitas pressões, a categoria
deliberou por uma questão estratégica: a volta às aulas ontem, mantendo,
entretanto, o estado de greve. Além disso, os sindicalistas se comprometeram a não
retornar em 2015 se não for aprovado o plano de cargos do magistério municipal.
O posicionamento do SEPE neste caso aponta mais uma
vez para a maturidade do sindicato no trato do conflito. Fechar o ano em
paralisação acarretaria não apenas um grave prejuízo às escolas, mas um grande
risco jurídico ao servidor, abrindo brechas para ataques judiciais e políticos
do governo cabista. O foco, agora, está na continuidade da luta e na manutenção
da mobilização no período de férias, seguindo a linha da contra-pressão pelos
direitos do trabalhador.
Nosso blog está junto ao SEPE em mais esta luta, pelo
desenvolvimento e pela justiça social na educação da nossa região, e contra
qualquer governo que oprima o servidor.
Bom dia!
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