Hoje,
Cabo Frio, que já comemorou 500 anos de descobrimento, comemora 399 anos de
fundação. A data relembra a oficialização institucional, jurídica da
cidade, perante a coroa portuguesa – mas já éramos povo há muitos anos quando
isso ocorreu.
A
importância maior dada à instituição, às oficializações, aos engessamentos
formais, do que a que se deveria dar ao povo, livre, constituído como
comunidade autônoma, poderia ser um problema que permanecesse até os dias de
hoje. Poderia – porque o que Cabo Frio atualmente vive, quase 400 anos depois de sua
fundação, é algo bem mais melodramático.
Não
somos uma cidade regida por um poder que valoriza mais a formalidade jurídica
(fundação) do que a espontaneidade do povo, que, na história e na vida, vem
sempre antes. Somos uma cidade, infelizmente, conduzida por um
poder que desconhece a importância de ambas as questões – a juridicidade e a
população; a lei e a gente; a legalidade e as pessoas.
Celebrar
esses quase 400 anos poderia ser uma boa oportunidade para se refletir sobre
esse conflito. O que é mais importante: o povo que aqui já vivia, antes do “descobrimento”
e da fundação; ou a transformação de Cabo Frio numa cidade, legalmente falando,
diante do poder europeu? Sim, esse poderia ser um tema que nos levasse ao
passado, nos fizesse criticar nosso presente e projetar o futuro,
equilibrando a força da cultura popular com o respeito às legalidades e
formalidade, ambas caras a uma sociedade democrática. Sim, essa poderia ser a nossa
reflexão de hoje. Poderia. Mas não é.
Nossa
reflexão é mais difícil e dolorosa de ser dita e de ser proposta: graças a quem
nos governa, somos uma cidade do quase. Quase 400 anos. Quase um caso perdido,
politicamente falando, se não fosse nossa gente lutadora a nos esperançar com
suas insistências. Quase uma grande e estável cidade, se não fosse um poder que
nos oprime e trava nosso desenvolvimento através de volumosos valores
despejados onde não se precisa, em detrimento da ausência mais
estapafúrdia de investimentos no que nos
é mais fundamental.
A
Cabo Frio do quase, infelizmente, é real. Está nas ruas, a olhos nus, para quem
queria ver. Mas o quase, ainda bem, é como aquele copo que pode ser visto tanto
como meio cheio, quanto como meio vazio. O quase é aquilo que poderia ter sido, não
foi ainda, mas pode vir a ser. O quase é o que depende de pouco para ser bom. Sair do quase
para o novo, para o bom, para o certo, depende única e exclusivamente de uma
pessoa – você. Você morador, contribuinte, cidadão. Você, cabofriense, pode
transformar a Cabo Frio do quase na Cabo Frio do bem. E, como estamos entre
amigos, me desculpe a franqueza, mas cá entre nós, você sabe bem como e quando.
Parabéns a você, cabofriense, por viver na Cidade do Quase, prometida como Terra do Nunca, mas lutar pela Cidade que Queremos.
Parabéns a você, cabofriense, por viver na Cidade do Quase, prometida como Terra do Nunca, mas lutar pela Cidade que Queremos.
Rafael
Peçanha
13
de novembro de 2014.
399
anos de fundação da cidade de Cabo Frio.
5 comentários:
399 anos? Isso tudo! Tá ficando velha, hein Cabo Frio? Lembrando pobre, quando te parabeniza, mas no fundo te deprime.Parabéns cabo Frio!
O dia que 98% da população da cidade para de lutar somente pela "causa" que o convém, para de olhar para o seu (deles) próprio umbigo e o resto que se vire, aposto que com toda certeza a cidade vai passar a ser feliz. Viver em sociedade não mora aqui. O egoismo prolifera.
Às vezes me chamam de "filho mal amado",mas problema não é a cidade em sim, mas sim com grande parte dos que compõe esse ambiente. Eu não consigo me adaptar e não concordo com as hipocrisias que poluem o ambiente.
Parabéns pelo Editorial Rafael.
Infelizmente o "QUASE" não me permite compartilhar seu texto, pois ele representa a expressão do meu pensamento.
Ai, galera! Preparem os abadás(tendência no verão, outono, inverno, primavera e para malhar). Amanhã dia 15 feriado nacional(turistas, visitantes....) tem Daniel e ontem dia 13 aniversário da cidade teve o quê? Amanhã a festa é sua. Amanhã a festa é nossa. É de quem quiser. Quem vier. De quem quiser. Amanhã é um novo dia. De um novo tempo. Que começou. Nesses novos dias......
A gente se vê, por aqui. Povo Boooobo! Plim Plim ..............
Sr Júlio, boa noite.
Ontem dia 13/11, à noite teve o Culto na Praça de São Cristóvão, sob à chancela do Conselho de Pastores - Conselho apolítico, que teve entre os seus Presidentes o Bp. Calegari (Igreja Metodista Wesleyana), Pr's: Flaviano Mascarenhas (A.de Deus), Neemias Lima (Batista), Carlos Alberto (Metodista Central, João Chaves (A.Deus) Filadelfo Filho (Presbiteriana),Luiz Carlos (Presbiteriana), Geziel (Comunidade), Israel Bello (IDE) e Fabrício Valadares (CEI). Foi muito bom.Tivemos à Praça tomada, até à calçada do Supermercado.Há quem diga éramos + de 15 mil pessoas e, terminou por volta das 23;15h.
Filadelfo Filho1130
O povo de Cabo Frio nao vai para a rua? Seramente e porque aqui nao tem corrupçao. O povinhofraco.
Postar um comentário