
O governante recuou após a pressão exercida pela mídia
impressa e virtual, bem como por alunos, ex-alunos, professores e cidadãos de
Cabo Frio, especialmente, através das redes sociais, com o movimento #FICARUI.
Em 2 dias, quase 1.500 pessoas já faziam parte da página do movimento na rede
social facebook e quase 500 já haviam confirmado presença na assembléia promovida
pelo Colégio Municipal Rui Barbosa, que está mantida, e acontecerá nesta
quita-feira, dia 2, às 14h, na Associação Atlética Cabofriense.
Na entrevista, o prefeito declarou que confia nas decisões
dos técnicos do seu governo, mas que reprova uma entre cada 10 decisões, em
média, por terem caráter ou efeito político – e essa foi uma delas. Assim,
declarou que irá pessoalmente à câmara pedir aos vereadores que não aprovem
qualquer pedido que chegue à Casa Legislativa sobre o fim do ensino médio, e a consequente passagem das vagas de matrícula para o governo do estado.
ACEITANDO NOSSA EXPLICAÇÃO
O prefeito aceitou a “explicação” que a ele ofereci neste
blog e na Rádio Estação 104: A LDB fala sobre prioridades nos níveis de ensino,
não impede que o município cuide do ensino médio. O governante repetiu a fala
direitinho, com detalhes. Agradecemos a preferência.
MUDANÇA DE PRÉDIO
Enquanto a Secretária Municipal de Educação permanecia na
última cadeira à sua esquerda em silêncio, o prefeito disse ainda que se a
comunidade escolar do Rui Barbosa quiser e assinar um pedido com maioria, ele pode acatar e transferir a escola para um novo prédio com
mais espaço.
DEMORA
O governante disse ainda que demorou para convocar a
coletiva porque achou que sua nota pessoal publicada numa rede social no dia
seguinte ao início do movimento #FICARUI iria resolver o problema.
ATAQUES À IMPRENSA E À OPOSIÇÃO
Finalizando, o prefeito destilou seu ódio e rancor para cima
da imprensa e da oposição – especialmente, na direção do Jornal Folha dos Lagos
e deste blog. Afirmou que a análise do jornal, comparando as obras da Orla da
Praia do Forte e da Esplanada das Secretarias com o investimento em ensino
médio era “ tolice”. O prefeito disse ainda que o diário agiu de forma “demagógica
e cínica”, porque, segundo ele, “a mídia não pode ficar zangadinha”. Para
concluir e manter a tradição, disse mentiras e inverdades a meu respeito, que
ele não poderá provar nos tribunais, quando, nesta semana, eu abrir contra ele
um novo processo por dano moral, já que ele fugiu da audiência da primeira ação que abri
no Juizado Especial Cível, mentindo para o juiz, ao apresentar, como justificativa da falta, uma
reunião com sindicatos que nunca ocorreu. Espero que ele não fuja mais uma vez.
NOSSA ANÁLISE – Rafael Peçanha.
A fala do prefeito tem o objetivo claro de desmobilizar o
movimento de pressão popular que tomou conta da cidade desde segunda-feira.
Seu
compromisso verbal é estranho: ele vai pedir aos vereadores para não votarem a
favor de qualquer pedido de transferência das vagas de ensino médio para o
estado – mas este mesmo pedido, pela Lei Orgânica, só pode ser enviado por ele
mesmo (prefeito) ou solicitado por requerimento de 1/3 de vereadores.
Prefeito, vou explicar com bastante calma: se o senhor não enviar o pedido, nem seis vereadores o pedirem, não tem proposta de fim do ensino médio em Cabo Frio.
Além disso, nada garante que isso de fato irá acontecer, até
porque promessas feitas não têm sido cumpridas constantemente.
O prefeito acha que
notas pessoais numa rede social têm caráter de compromisso público. O prefeito
acha que 9 entre 10 decisões do seu corpo técnico são boas. Ele precisa rever,
urgentemente, o que ele acha que significa governar esta cidade.
De maneira nervosa, certamente, por raiva da nova derrota
política que sofreu, atirou em todos que se movimentaram para evitar tal
absurdo, que, claramente, era seu desejo; de sua Secretaria de Educação; de seu
corpo técnico e de seu grupo político.
A assembleia de quinta-feira continua agendada para 14h, na
Cabofriense. Não iremos nos desmobilizar. Precisamos ficar atentos e vigilantes
acerca dos próximos passos na direção desse absurdo. A derrota do prefeito,
confessa e declarada na coletiva, é uma primeira vitória do movimento. Porém, se a
batalha foi vencida, a guerra continua - guerra esta sem agressões, armas,
ferimentos e violência, mas uma luta do bem, para o bem. Seguiremos em frente.