
Nesta semana, tomam posse na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e na Câmara dos Deputados os novos mandatários, eleitos e suplentes, que configurarão as Casas Legislativas nos próximos anos. A expectativa é a mesma dos anos anteriores, mas com um ar maior de insatisfação: o que farão nossos eleitos?
A inoperância do Poder Legislativo, em seus níveis municipal, estadual e federal, é mal que vem se arrastando ao longo de tempos na nossa política. A diferença, entendo, é que, a cada eleição, o eleitor fica mais estupefato com a falta de ação dos mandatários, entretanto, não me parece ficar tão exigente quanto estupefato. Reclamamos mais pelas ruas e bares e até nos movimentamos mais contra a política suja que, por vezes, vemos prosperar pelas casas legislativas. No entanto, na hora do voto, parece que uma aura de encanto (ou desencanto) invade as almas dos eleitores: é a magia da urna, que faz a população votar nos modelos que critica, numa incoerência que deve ter, decerto, explicações imperscrutáveis.
Espera-se dos novos legisladores uma relação coerente entre os cuidados com o município/região que os elegeram e os cuidados com seu território de mandato, isto é, o estado do Rio de Janeiro e o país, nos seus respectivos casos. Espera-se presença nas casas legislativas, discursos tão inflamados quanto objetivos nas tribunas e participação com projetos de leis, propostas, ideias, proposição de CPI’s e grupos de trabalho. Espera-se que as comissões legislativas, ordinárias e extraordinárias, tenham funcionamento real, e não sirvam apenas para agregar cargos aos gabinetes de seus presidentes.
Espera-se que o mandatário vá ao encontro da mídia, de todas as formas (escrita, falada, virtual) e não o contrário, fazendo dos profissionais, dos amadores e amantes da comunicação verdadeiros maratonistas, corredores em busca do tão sagrado louro da vitória – a entrevista com o Deputado, a informação do gabinete, os dados do mandato. Espera-se que tanto a região/cidade que elegeu o Deputado quanto a casa à qual foi eleito conheçam, reconheçam e vejam o mandatário em ação. Espera-se a presença do Deputado nos eventos da cidade, especialmente aqueles que reúnem o povo sedento de cultura, na contramão do poder e dos altos investimentos. Espera-se um Deputado que saiba conjugar a casa e a rua. Espera-se um Deputado que saiba mesclar ação e falação.
Nossa região possui nomes. Na ALERJ, temos Miguel Jeovani, Paulo Mello e Janio Mendes. Na Câmara dos Deputados, temos Dr. Paulo César e talvez Carlos Victor. Você deve querer alguns desses e não outros. Quem sabe até, queria outros que não estão nesta lista. Esse, porém, será nosso time. Devemos jogar coerentemente com eles.
Grupos diferentes, posturas diversas, posições, por vezes, divergentes. Porém, acima das cores partidárias, acima dos interesses de grupo, é necessário um trabalho conjunto e efetivo. Cabo Frio não suporta mais os projetos engavetados, as verbas sumidas e a inoperância dos eleitos sob a desculpa das disputas políticas, pessoais e partidárias. Quem quer fazer pelo povo esquece partidos, raças e cores. Quem quer fazer pelo povo trabalha, conversa com todos e está presente sempre. Chega de conversa. Cabo Frio é bem maior que vocês.